A segurança é um capítulo importante para o Circo e em muitos casos tem sido relegada a um segundo plano. Isso não quer dizer que o aprendizado da arte por várias gerações não tenha desenvolvido a consciência de segurança nos que a fazem. Porém, é preciso ampliar nosso conhecimento sobre o risco, tendo em vista sua complexidade e simbiose com a atividade, mas sem perder de vista sua relação intrínseca com a possibilidade de acidente. Além disso, mudanças sociais, também impulsionadas pela tecnologia, têm nos mostrado que alguns princípios de segurança do passado estão defasados ou incompletos e novas formas de riscos nascem na perspectiva dos artistas em ampliarem suas potencialidades e limites. A produção da linguagem circense sempre esteve em sintonia com as mudanças sociais e inovações tecnológicas de cada período histórico. Então, é importante que essa relação seja mantida. Este livro é um chamado a todos para a partilha das responsabilidades no que diz respeito ao debate sobre a segurança no Circo. Mais que simples registro, é uma constatação da necessidade do debate. Mais que um pedido, é um convite para um envolvimento como sujeito de história, pois o conhecimento produzido pela humanidade ao longo do tempo em suas realidades socioculturais produz história, e devemos nos compreender como sujeitos na construção dessa história.